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O MUNDANISMO NA IGREJA DE CORINTO (1 Coríntios 2 e 3)

INTRODUÇÃO:

 

Após discorrer sobre o caráter da mensagem cristã que, desprezando os artifícios e malabarismos verbais dos sofistas gregos, contraria a lógica deste mundo, constituindo-se em escândalo aos judeus e em loucura aos gregos, o apóstolo Paulo destaca a importância vicária da pregação da cruz. Desta forma desarticula a engenhosa sabedoria grega e enaltece a forma absurda, conforme aprouve a Deus trazer os homens à salvação em Cristo Jesus, “para que todos se gloriem no Senhor” (ver I Coríntios 1. 17 a 31).

I-             O Caráter da Pregação Paulina-

 

Com humildade e extrema habilidade, Paulo relembra aos coríntios que a mensagem central cristã é a cruz (I Coríntios 2.2).

Afirma que não se serviu de palavras persuasivas de sabedoria como os hábeis articuladores do sofismo, porém tudo fora manifesto no poder do Espírito Santo ( I Coríntios 2. 4). Destaca a oposição entre a sabedoria deste mundo a qual não conduz a nada ( I Coríntios 2. 6), revelando a incapacidade que  todos manifestaram, inclusive os governantes, e que resultou na crucificação de Jesus Cristo, o Senhor da glória.

É oportuno frisar que Paulo não condenou a eloquência de Apolo, muito pelo contrário. Havia, entretanto, muitos que estavam exibindo sua sabedoria para o convencimento de outrem. A estes o apóstolo critica com veemência. Não era a beleza dos discursos que Paulo criticava, mas quando Jesus Cristo deixava de ser o foco principal. A teatralização grega criou intérpretes memoráveis! Paulo já os conhecia bem e com eles contendera em Atenas(ver Atos 17. 16 a 34).

Em Corinto muitos destes atores entraram em cena e queriam luzes sobre si. Paulo agiu com rigor, identificando os sofismas que dissuadiam a igreja e doutrinava os crentes a voltar-se para a mensagem da cruz: o significado do sacrifício, a importância da ressurreição e a retumbante glorificação de Jesus Cristo.

II-            O Espírito mundano na igreja-

 

Creio que a igreja hodierna precisa atentar ao fato de que há alguns pregadores que não passam de atores que vivem uma grande farsa.  A convicção paulina indica que a fé não repousa sobre qualquer persuasão, mas é obra de Deus no coração dos homens (ver I Coríntios 12. 9a). É o Espírito Santo que torna possível a fé. Sabemos que a vaidade de líderes dentro da igreja tem forjado nela as horrendas marcas do mundo, corrompendo os valores cristãos. Líderes inescrupulosos, egoístas e gananciosos permeiam o nosso tempo, contaminando a igreja, distorcendo as Escrituras, de acordo com os seus torpes interesses. Não há dificuldade alguma para identificar a similaridade da igreja de Corinto com a dos nossos dias! Se não há mais semelhança do que sonha a nossa vã filosofia, há mais filosofia do que sonha a nossa inconteste ignorância! Só se tem condições de combater a ignorância, quando a sabedoria de Deus nos revela, domina, dá o sentido ontológico ao ser ( ver I Coríntio 2. 6-16).

Os sofistas eram detentores de conhecimento e articulavam-se bem, evitando algumas questões e criando intencionais embaraços em outras. Paulo era um homem culto. Ele poderia manter uma discussão por algum tempo, com alguns deles, mas não era -e nem é -o que Deus deseja que façamos.

Somos portadores de um recado, que não pode ser revisado, reconsiderado ou alterado. Este recado precisa ser entregue, com urgência. As influências deste mundo têm alienado muitos, dissuadido tantos. O crente tem a mente de Cristo, isto é, o Espírito de Deus (ver Romanos 8.9; 13. 14; Gálatas 2. 20,21; 3..27;  4. 6; Filipenses 1. 8;  ).

III-          O fundamento da igreja de Cristo

 

Depois de caracterizar os crentes coríntios como crentes infantis e carnais, há a comprovação paulina desta degradação, através da divisão partidária que estavam vivenciando.

Uns judeus, possivelmente, seguidores de Pedro (Cefas), querendo restabelecer ou adaptar parte dos rituais do culto judeu. Gentios gregos, fascinados pela oratória de Apolo (Atos 18. 24), aspiravam a uma filosofia cristã. Ainda alguns se diziam seguidores de Paulo, observando as primeiras orientações que a igreja conhecera.

Pasmem! Outros ainda ufanavam-se em dizer que eram de Jesus. Na igreja de Corinto a imaturidade dos crentes explica o porquê de toda aquela disputa por poder e perfil de conduta que se travava. Cremos que aqueles conflitos dos crentes coríntios, como também as diversas denominações dos crentes modernos, com as suas infindáveis divisões, podem e devem ser explicados a partir da imaturidade espiritual que acompanha os crentes carnais. Deixam-se conduzir por seus desejos. São vaidosos, ambiciosos e egoístas. Paulo admoestou com rigor, afirmando que estavam vivendo sob padrões puramente humanos.

Aquelas divisões revelavam o quanto eram crentes carnais. Então, conclama-os a viverem como cooperadores de Deus. Nem o que planta, nem o que rega, é alguma coisa. Afinal, é Deus quem dá o crescimento. Paulo observa que cada crente se torna responsável diante de Deus pelo seu desenvolvimento.

Cada crente é parte integrante do edifício espiritual. O apóstolo Pedro que com a assertiva: ”Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”, por revelação divina, afirmou que Jesus era o Cristo, sabia-se, com os crentes, pedra viva, moldando-se pela vontade e propósito divinos.

Com igual lucidez, a argumentação paulina se substancia em Jesus Cristo – o alicerce- sobre o qual estava sendo edificada a igreja (o edifício). Lembra que a obra de cada um se manifestará, prenunciando o juízo divino.

IV-          O Santuário de Deus-

 

Ao chamar cada crente à responsabilidade, Paulo estava reafirmando que a sabedoria para viver é a dotação espiritual, ante a presença e assistência espirituais, prestadas pelo Espírito Santo. Ela concede o discernimento ao crente, para manter-se fiel ao propósito do Reino de Deus, embora ainda viva neste mundo. Esta capacitação faz-nos mais livres, para querer depender mais, e mais servir ao Senhor da nossa salvação. Esta assistência espiritual nos inspira a preservarmo-nos mais, para mais oferecer ao Senhor, porque nos vemos templo do Espírito Santo.

V-           Conclusão: 

 

A Igreja de Cristo precisa de crentes maduros e espirituais. Crentes exercitados na Palavra, que tenham o conhecimento da obra redentora de Jesus Cristo, que anunciem, vivendo e pregando, pregando e vivendo, para que o mundo conheça que Jesus é o Senhor para a glória de Deus Pai!

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