Estamos caminhando pelas diversas facetas e aspectos do lar cristão. O lar é a família que Deus nos dá. Pode ser um palacete da mais fina sociedade ou um casebre rústico e paupérrimo; o que o diferenciará não será a elegância, a riqueza, a pobreza ou a humildade. As famílias são classificadas entre as felizes e agradáveis a Deus e as infelizes e, consequentemente, que não Lhe agradam.
Famílias felizes são afetuosas. Mamãe recordava-se de seu velho pai Leandro, o meu avô, que me tomou no colo quando eu tinha 1 ano de idade, mas que logo partira desta vida. Mamãe dizia que ele era um lavrador, um italiano de colônia no interior de São Paulo. Construíra sua casa de 6 quartos, tinha os seus 11 filhos, a maioria meninas, fizera um pomar, uma horta, um balanço para as crianças e muita fartura rural. Pobre, mas trabalhador. Quando ia chegando a tardinha, lá pelos lados de Vila Mendonça, no interior de São Paulo, vovô chegava cansado, suado e ia lavar-se. Em seguida pegava o violão e entoava suas canções aprendidas pelos autofalantes das vilas próximas. Não era de abraçar, beijar ou de tomar os filhos ao colo, mas era atencioso com todos, conversava, supria, amava. Ele dava afeto à sua moda e era bem compreendido.
Como é triste o lar onde os filhos não recebem uma palavra de carinho ou conforto, um abraço ou um beijo de boa-noite! Mas não são apenas os pais que dão afetos; filhos também deveriam dá-lo. Eu tenho sido surpreendido em minha vida com exemplos tão tristes de pessoas que não deram afeto aos seus pais. São filhos que têm as fraldas trocadas, as roupas lavadas, o alimento farto suprido a cada dia, as vacinas, os estudos, os materiais escolares, a proteção, mas que, ao chegarem à adolescência e à juventude tornam-se rebeldes, afastando-se de progenitores, buscando a atenção de seus iguais e desprezando os seus pais. Desprezam até os seus irmãos. E então, quando os pais envelhecem, adoecem ou ficam viúvos, tratam-nos como se fossem restos humanos, destroços, seres que só atrapalham. Há filhos que não veem a hora dos pais fecharem os olhos para abocanharem as suas heranças!
Deus nunca desejou isso. Conta-nos a Bíblia que o lar de Jesus era um lar de afeto. Encontramos a José, marido de Maria, que afetuosamente aceitou a vontade de Deus e casou-se com Maria, mesmo que ela estivesse grávida; no caso, um filho concebido pelo próprio Espírito Santo. Vemo-lo a buscar abrigo para a esposa quando esta estava para dar à luz ao seu filhinho. Vemo-lo provedor dos cuidados essenciais da família, sendo carpinteiro em Nazaré. José protegeu a família quando teve que fugir ao Egito, no tempo em que Jesus era bebezinho. Quantos transtornos uma viagem internacional de refugiado não lhes trouxe! Tudo isso José enfrentou com coragem e com determinação! Também o vemos afetuoso com os familiares, caminhando com eles até o templo de Jerusalém para o encontro anual da visita ao Templo. Depois, quando Jesus se separa da família, tendo ficado em Jerusalém enquanto todos regressam a Belém, os pais regressam aflitos, encontrando-o junto aos doutores da Lei. Mamãe chama-lhe a atenção e Jesus acata-lhe, sendo submisso. E o relato bíblico diz: E o menino crescia, e se fortalecia em espírito, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele. (Lc 2:40). Era um homem que recebera muito afeto num lar maravilhoso!
A falta de afeto destrói o homem. Quem é constantemente agredido, humilhado, grosseiramente tratado, tende a tornar-se violento, repreensível, marginalizado, iracundo, violento. Outros, ao serem assim tratados, caem pelos vícios, pelas drogas, pela prostituição, pelo desvio do comportamento sexual. Ainda outros entram em profunda depressão e acabam, infelizmente, por darem cabo da própria vida. Deus nunca tencionou isso! Suas palavras para os homens foram: Vós, maridos, amai a vossas mulheres, e não vos irriteis contra elas. (Cl 3:19). Tratamento sem irritação é o que eles deveriam conceder a elas. Semelhantemente, vós, mulheres, sede sujeitas aos vossos próprios maridos; para que também, se alguns não obedecem à palavra, pelo porte de suas mulheres sejam ganhos sem palavra; (1Pe 3:1). O texto diz que o exemplo de afeto e de submissão poderia tocar o coração de um marido incrédulo. Sim, o bom trato tem esse poder! Vós, pais, não irriteis a vossos filhos, para que não percam o ânimo. (Cl 3:21). Vejam com que cuidado Deus orienta aos pais, para que não desanimem os filhos com a irritação! Vós, filhos, obedecei em tudo a vossos pais, porque isto é agradável ao Senhor. (Cl 3:20). Filhos, a obediência aos pais é o segredo para agradar-se ao Senhor! Por fim, quem assim procede, confiando o lar nas mãos de Deus, o nosso Criador, e de Jesus Cristo, o nosso Salvador, pode dizer:Porém ... eu e a minha casa serviremos ao SENHOR. (Js 24:15). Que maravilhosa dádiva ter um lar assim! Faça isso, caro ouvinte, e terá essa dádiva também! “Tudo é belo em derredor com amor no lar”!
Que Deus nos abençoe. Amém.